Lula e a "diplomacia do churrasco"
Amigos da Marvada,
Mais uma vez, Lula recorreu à "diplomacia do churrasco" na visita de Bush ao Brasil. Serviu ao primeiro mandatário americano talvez um de nossos maiores patrimônios. E a bebida... batida de caju. Os frutos do encontro??? Inócuos.
Mas esta não é a primeira vez que o Apedeuta recorre à tal diplomacia. É tradição de longa data. Em janeiro de 2003, logo após a posse, serviu churrasco para Fidel (na ocasião, regado à vinho). Talvez a motivação tenha sido uma singela retribuição ao "ouro de Cuba". O resultado: silêncio sobre o paredón cubano.
O "culto à picanha" não parou por aí. Em novembro de 2004, Lula recebeu o presidente da China, Ju Hintao, com cortes especiais de picanha e com uma costela de boi cuja preparação levou mais de 12 horas (não consegui descobrir qual manguaça acompanhou a esbórnia culinária). Provavelmente, o "acompanhamento etílico" convenceu nosso singelo presidente a reconhecer a China como economia de mercado...
Depois, foi a vez do primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi experimentar o sabor da carne brasileira. Mais uma vez, o "goró" da vez foi omitido, mas desconfio que tenha sido batida de manga, pois o resultado foi a abertura das exportações dessa fruta aos nipônicos.
Outra vítima do barbecue tupiniquim foi Vladimir Putin, presidente da Rússia. Experimentou um suculento lombo bovino (nessa oportunidade, não tenho dúvidas, foi regada à caipiroska). Nesse encontro, provavelmente, o churrasco ou a manguaça não caiu bem e Putin não anunciou o esperado fim do embargo russo à importação de carnes brasileiras.
O rei do Marrocos, Mohammed VI, também provou nossas carnes. Quatro cortes diferentes de carne bovina chegaram em espetos na mesa de Lula e Mohammed VI. Foram acompanhados pelos brasileiríssimos farofa de ovo, feijão tropeiro (sem toucinho), arroz branco e salada. Os brasileiros beberam vinho tinto Casa Valduga, enquanto os marroquinos (muçulmanos, proibidos de consumir bebidas alcoólicas) se refrescaram com sucos de frutas variadas.
Lula ergueu um "brinde" ao nobre convidado. Bem, verdade seja dita, dizem que o brinde foi com água, mas brinde é brinde, não??? Talvez, por conta desse ato-falho, o rei não anunciou apoio à candidatura do Brasil a uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU.
Bem... termino este longo post com uma derivação da diplomacia do churrasco. Lula, dentre suas inúmeras metáforas, utiliza o churrasco para pedir "paciência" à população. Segundo ele, "gente apressada, ao chegar no churrasco enche a barriga de pão e maionese e já não tem fome na hora em que as carnes mais nobres ficam prontas".
Em resposta à essa metáfora, digo: fique tranquilo, presidente. Esperaremos pacientemente pelo final de 2006...