IMPEACHMENT: Collor vs Lula
Caros amigos da confraria da Marvada,
O tema impeachment voltou à baila. Ontem, na chamada super-acareação, Zulaiê e Moroni Torgan posicionaram-se à favor de início de processo que poderia levar ao impedimento do Batráquio. Afinal, nos depoimentos de Delúbio, Marcos Valério, Valdemar et caterva mais uma vez ficou comprovado o uso de caixa 2 na campanha presidencial de Lula. O PFL também anunciou que irá discutir essa possibilidade. Vale lembrar que fora o caixa 2, há evidências de outros "delitos": (1) Favorecimento do primeiro-filho por concessionária de serviços públicos (Telemar); (2) empréstimos à Lula pelo PT, com recursos do fundo partidário; (3) farra do caçula financiada pelo erário público; (4) confusão entre público e privado, com a reforma de uma sala do Planalto para abrigar memorabilia de Lula (o Planalto não pertence à Lula); (5) farra com cartões de crédito; (6) mensalão (o fato de Lula "não saber" não o exime de responsabilidade). Perdoem-me se me esqueci de algum "delito".
Vale lembrar que o julgamento de questões como estas não cabe à população, como afirmou Nelson Jobim há tempos atrás. Temos leis neste país que devem ser respeitadas. Não importa se elas se aplicam ao cidadão comum ou ao presidente da república.
Outra lembrança: Collor sofreu processo de impeachment por muito menos: em maio de 1992, Pedro Collor concedeu entrevista na qual acusava o tesoureiro da campanha presidencial de seu irmão, o empresário Paulo César Farias, de articular um esquema de corrupção de tráfico de influência, loteamento de cargos públicos e cobrança de propina dentro do governo.
O chamado esquema PC teria como beneficiários integrantes do alto escalão do governo e o próprio presidente. No mês seguinte, o Congresso Nacional instalou uma CPI para investigar o caso. Durante o processo investigatório, personagens como Ana Accioly, secretária de Collor, e Francisco Eriberto, seu ex-motorista, prestaram depoimento à CPI confirmando as acusações e dando detalhes do esquema.
Um dos expedientes utilizados por PC era abrir contas "fantasmas" para realizar operações de transferência de dinheiro - arrecadado com o pagamento de propina e desviado dos cofres públicos para as contas de Ana Accioly.
Aprovado por 16 votos a 5, o relatório final da CPI constatou também que as contas de Collor e PC não foram incluídas no confisco de 1990. Foi pedido o impeachment do presidente.
É só trocar os nomes: Tesoureiro = Delúbio; Presidente = Lula; Pedro Collor = Roberto Jefferson; Ana Accioly = Marcos Valério e... voilà!!!! Isso, sem mencionar Fiat Elba = Land Rover. E com um agravante: o montante agora é infinitamente maior e também serviu para financiar um projeto de perpetuação de poder.
Ok, não há mais tempo hábil para a conclusão de um processo de impeachment antes das eleições de 2006. Mas, se pelo menos este for instaurado, todas estas evidências serão escancaradas para a população. O PT sempre terá 1/3 dos votos (eta militância teimosa e anacrônica!). Em contrapartida, há 1/3 de eleitores que não votam em Lula. Que convençamos o 1/3 restante que o melhor para o país não é este que nos governa atualmente!!!!