segunda-feira, julho 10, 2006

Uma data esquecida, 9 de julho de 1932

Poucas ou nenhuma manifestação ou visibilidade foi dada a data de ontem, 9 de julho, que comemora a revolução constitucionalista de 1932, quando São Paulo tomou armas na mão para obrigar o ditador Getúlio Vargas a promulgar uma constituição.
São Paulo perdeu a "guerra" mas o país ganhou uma constituição.
Parece que todos tem medo de rememorar tal data. Nos dias de hoje muito apropriada a lembrança de que este povo já foi mais aguerrido e lutava contra a safadeza.

Revolução Constitucionalista, uma revolta contra o governo Vargas
Julho de 1932. Explode em São Paulo uma revolta contra o presidente Getúlio Vargas. Tropas federais são enviadas para conter a rebelião. Começava aí a Revolução Constitucionalista, que se estenderia até outubro do mesmo ano.
Em 1930, uma revolução derrubava o governo dos grandes latifundiários de Minas Gerais e São Paulo. Getúlio Vargas assumia a presidência do Brasil em caráter provisório, mas com amplos poderes. Todas as instituições legislativas foram abolidas, desde o Congresso Nacional até as Câmaras Municipais. Os governadores dos Estados foram depostos. Para suas funções , Vargas nomeou interventores.
A política centralizadora de Vargas desagrada as oligarquias estaduais, especialmente as de São Paulo. As elites políticas, do Estado economicamente mais importante, sentem-se prejudicadas. E os liberais reivindicam a realização de eleições e o fim do governo provisório.
O governo Vargas reconhece oficialmente os sindicatos dos operários, legaliza o Partido Comunista e apóia um aumento no salário dos trabalhadores. Estas medidas irritam ainda mais as elites paulistas. Em 1932, uma greve mobiliza 200 mil trabalhadores no Estado. Preocupados, empresários e latifundiários de São Paulo se unem contra Vargas.
No dia 23 de maio é realizado um comício reivindicando uma nova constituição para o Brasil. O comício termina em conflitos armados. Quatro estudantes morrem: Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo. As iniciais de seus nomes formam a sigla MMDC, que se transforma no grande símbolo da revolução. E em julho, explode a revolta. As tropas rebeldes se espalham pela cidade de São Paulo e ocupam as ruas. A imprensa paulista defende a causa dos revoltosos. No rádio, o entusiasmo de Cesar Ladeira faz dele o locutor oficial da Revolução Constitucionalista. Uma intensa campanha de mobilização é acionada. A população adere à rebelião. Um grande número de pessoas se alista para a luta.
Quando se inicia o levante, uma muldidão sai às ruas em seu apoio. Tropas paulistas são enviadas para os fronts em todo o Estado. Mas as tropas federais são mais numerosas e bem equipadas. Aviões são usados para bombardear cidades do interior paulista. 35 mil homens de São Paulo enfrentam um contingente de 100 mil soldados. Os revoltosos esperavam a adesão de outros Estados, o que não aconteceu. População civil de S.P. apóia a revolução
Em 02 de outubro de 32, após três meses de luta, os paulistas se rendem. Prisões, cassações e deportações se seguem à capitação. Estatísticas oficiais apontam 830 mortos. Estima-se que centenas a mais de pessoas morreram sem constar dos registros oficiais.
A Revolução Constitucionalista de 1932, foi o maior confronto militar no Brasil no século XX. Apesar da derrota paulista em sua luta por uma constituição, dois anos depois da revolução, em 1934, uma assembéia eleita pelo povo promulga a nova Carta Magna.
Fonte: Alô Escola - TV Cultura

http://www.saopaulo.sp.gov.br/sis/lenoticia.php?id=75208

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