quarta-feira, abril 12, 2006

Jamanta não viu, Jamanta não sabe!

Ao contrário do que muitos possam imaginar, Jamanta não é personagem de ficção, muito menos um alienígena abduzido de algum planeta distante. Jamanta é natural de Jacornelândia, terra do renomado escritor, poeta, compositor e fundador da Academia Jacorneliana de Letras, Jacornélio Manço Gonzaga, O CULTO.
Jacornelândia é uma espécie de reino. Mesmo não se caracterizando um reinado, Jacornelândia é governada pelo Rei Ruiz Bonifácio Robalo da Silva, Rei Robalo I, carinhosamente epitetado com a alcunha, ou talvez seria alcunhetado com o epíteto de Beócio.
A primeira vista a alcunha Beócio pode transparecer algo vulgar ou pejorativo, mas tratando-se de Ruiz Bonifácio Robalo da Silva o termo não mais sugere do que um mimo, uma delicadeza afetiva.
Mas, não estou aqui para falar do grande Beócio e sim tecer alguns comentários sobre Jamanta, esse indivíduo único que segundo fonte fidedigna é de carne e osso e não uma obra de ficção.
Jamanta nasceu em Jacornelândia e quando criança, filho de retirantes, mudou-se com a mãe e irmãos para São Paulo, onde cresceu e iniciou sua vida como artista mambembe representando pantomimas em semáforos, portas de fábricas e praças públicas. Anos mais tarde tornou-se líder sindical ajudando a fundar o PT – Partido Teatral – do qual foi presidente, aperfeiçoando-se na arte do ilusionismo e da prestidigitação. Aí deu início sua meteórica e bombástica carreira política. Ficou famoso por sua extensa e rica eloqüência verbal que levava multidões ao delírio e ao êxtase.
Jamanta transformou-se num mito, alguns até o confundiram com um novo messias, o salvador, aquele que veio ao mundo para salvar os fracos e oprimidos, das elites opositoras corruptas e aproveitadoras. Chegou a criar um programa de combate a fome que tentou levar ao mundo, mas que infelizmente não emplacou devido ao boicote das elites opositoras corruptas e aproveitadoras.
Jamanta tinha o discurso perfeito, o biótipo ideal que aliados a candura dos inocentes mexia com as massas que hipnotizadas acreditaram em papai noel, coelhinho da páscoa e até em branca de neve.
E assim Jamanta foi eleito presidente da República dos Mentecaptos. De origem miserável, semianalfabeto por opção, operário por falta de vocação, homem ilustre do povo humilde, Jamanta tinha tudo para dar certo, mas como Deus escreve certo por linhas tortas, Jamanta nada viu e nada sabe.
Jamanta é cego, surdo e mudo. Jamanta não viu, Jamanta não sabe. Jamanta foi desnudado. Sua verdadeira faceta, aquilo que na realidade sempre fora, um inepto preguiçoso, não se sustentou diante dos fatos.
Jamanta mentiu. Jamanta prevaricou. Jamanta formou quadrilha. Jamanta conspirou. Jamanta abusou da boa fé de seu povo. Jamanta o novo messias fez seu povo acreditar em ídolos e bezerros de ouro. Jamanta rasgou a Constituição, o livro sagrado do povo e tirou dos pobres para dar aos banqueiros. Jamanta é o nosso Robin Hood às avessas.
Jamanta edificou sua casa na lama, deu pérolas aos porcos e com eles chafurdou-se.
Jamanta decretou seu próprio fim. A chamada eutanásia consciente. Envergonhado e humilhado se retirará e será conduzido ao pântano do ostracismo político onde vagará no limbo pela eternidade.
O sonho de Jamanta transformou-se em pesadelo e a história não irá perdoá-lo. A justiça será feita, ainda que tardiamente.
Jamanta vá com minha bênção. Que o diabo te carregue e leve junto Dirceu, Palloci, Genoíno, Valério, Delúbio, Waldomiro, João, Zé, Severino toda sua camarilha e os cambau. Tchau!
"A vida muitas vezes imita a ficção".

Por Carlos Alberto Cordella

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