Bebi demais e não paguei o IPTU
Depois das experiências políticas quase transcendentais ás quais fomos> submetidos em 2005, decidi fazer tudo diferente no próximo ano. Já estou escrevendo minha lista de promessas de 2006. Como já parei de fumar e desisti de começar uma academia, percebo que tenho que inovar em matéria de compromissos de ano novo.
Para começar, em janeiro tem o IPVA do carro. Decidi que não vou pagar. A exemplo do presidente Lula, vou dizer que não sabia de nada. E vou alem: quando for cobrado, direi que fui traido. Por isso não paguei o IPVA.
Mais adiante tem a declaração do imposto de renda. Já decidi não relacionar o infeliz do carro, que estará com o IPVA atrasado mesmo. Mas ao invés de patrimônio sonegado, vou chamar de patrimônio não contabilizado. Se caixa dois foi perdoado porque foi chamado de dinheiro não contabilizado, por qual motivo seria eu condenado por não declarar um carro? Ainda mais com o IPVA atrasado?
Mas a melhor alegação será¡ a que irei usar para não pagar o IPTU: vou dizer que bebi demais e não tive condições de ir ao banco. E olha que são doze prestações! Vou passar o ano bêbado!
Pelo menos foi essa a desculpa apresentada pelo ex - assessor de Antônio Palocci, Vladimir Poleto, para "pasmem" desmentir-se quanto ás denuncias feitas anteriormente sobre a gestão de Palocci em Ribeirão Preto. O presidente da republica pode dizer que não sabe que mesadas eram pagas a parlamentares no gabinete ao lado do seu. Os partidos de situação e oposição podem fazer caixa dois, chama-lo de dinheiro não contabilizado e ninguém será punido. E, finalmente, um cara-de-pau diz em uma CPI que nada do que disse deve ser levado em conta, porque tinha tomado umas "cachacinhas", sem que seja preso.
Com todos esses exemplos, por que eu, que pago direitinho todos meus impostos, deveria temer uma saída da linha? E olha que citei apenas algumas das pérolas desfiladas ao longo deste ano. Se for usar todo o arsenal (que inclui ainda o transporte de dinheiro em cuecas e caixas de bebidas), serei obrigado a sonegar cada centavo dos cinco meses que trabalho somente para pagar tributos neste país. Que venha 2006!
Daniel Escobar jornalista em Brasília
Para começar, em janeiro tem o IPVA do carro. Decidi que não vou pagar. A exemplo do presidente Lula, vou dizer que não sabia de nada. E vou alem: quando for cobrado, direi que fui traido. Por isso não paguei o IPVA.
Mais adiante tem a declaração do imposto de renda. Já decidi não relacionar o infeliz do carro, que estará com o IPVA atrasado mesmo. Mas ao invés de patrimônio sonegado, vou chamar de patrimônio não contabilizado. Se caixa dois foi perdoado porque foi chamado de dinheiro não contabilizado, por qual motivo seria eu condenado por não declarar um carro? Ainda mais com o IPVA atrasado?
Mas a melhor alegação será¡ a que irei usar para não pagar o IPTU: vou dizer que bebi demais e não tive condições de ir ao banco. E olha que são doze prestações! Vou passar o ano bêbado!
Pelo menos foi essa a desculpa apresentada pelo ex - assessor de Antônio Palocci, Vladimir Poleto, para "pasmem" desmentir-se quanto ás denuncias feitas anteriormente sobre a gestão de Palocci em Ribeirão Preto. O presidente da republica pode dizer que não sabe que mesadas eram pagas a parlamentares no gabinete ao lado do seu. Os partidos de situação e oposição podem fazer caixa dois, chama-lo de dinheiro não contabilizado e ninguém será punido. E, finalmente, um cara-de-pau diz em uma CPI que nada do que disse deve ser levado em conta, porque tinha tomado umas "cachacinhas", sem que seja preso.
Com todos esses exemplos, por que eu, que pago direitinho todos meus impostos, deveria temer uma saída da linha? E olha que citei apenas algumas das pérolas desfiladas ao longo deste ano. Se for usar todo o arsenal (que inclui ainda o transporte de dinheiro em cuecas e caixas de bebidas), serei obrigado a sonegar cada centavo dos cinco meses que trabalho somente para pagar tributos neste país. Que venha 2006!
Daniel Escobar jornalista em Brasília