quarta-feira, abril 30, 2008

Eu tambem assino. E vocês?

Excelentíssimo Sr. Ministro,
Duas ações diretas de inconstitucionalidade (ADI 3.330 e ADI 3.197) promovidas pela Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen), a primeira contra o programa PROUNI e a segunda contra a lei de cotas nos concursos vestibulares das universidades estaduais do Rio de Janeiro, serão apreciadas proximamente pelo STF. Os julgamentos terão significado histórico, pois podem criar jurisprudência sobre a constitucionalidade de cotas raciais não só para o financiamento de cursos no ensino superior particular e para concursos de ingresso no ensino superior público como para concursos públicos em geral. Mais ainda: os julgamentos têm o potencial de enviar uma mensagem decisiva sobre a constitucionalidade da produção de leis raciais.
Nós, intelectuais da sociedade civil, sindicalistas, empresários e ativistas dos movimentos negros e outros movimentos sociais, dirigimo-nos respeitosamente aos Juízes da corte mais alta, que recebeu do povo constituinte a prerrogativa de guardiã da Constituição, para oferecer argumentos contrários à admissão de cotas raciais na ordem política e jurídica da República.
Na seara do que Vossas Excelências dominam, apontamos a Constituição Federal, no seu Artigo 19, que estabelece: “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si”. O Artigo 208 dispõe que: “O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um”.
Alinhada com os princípios e garantias da Constituição Federal, a Constituição Estadual do Rio de Janeiro, no seu Artigo 9, § 1º, determina que: “Ninguém será discriminado, prejudicado ou privilegiado em razão de nascimento, idade, etnia, raça, cor, sexo, estado civil, trabalho rural ou urbano, religião, convicções políticas ou filosóficas, deficiência física ou mental, por ter cumprido pena nem por qualquer particularidade ou condição”.
As palavras da Lei emanam de uma tradição brasileira, que cumpre exatos 120 anos desde a Abolição da escravidão, de não dar amparo a leis e políticas raciais. No intuito de justificar o rompimento dessa tradição, os proponentes das cotas raciais sustentam que o princípio da igualdade de todos perante a lei exige tratar desigualmente os desiguais. Ritualmente, eles citam a Oração aos Moços, na qual Rui Barbosa, inspirado em Aristóteles, explica que: “A regra da igualdade não consiste senão em aquinhoar desigualmente aos desiguais, na medida em que se desigualam. Nesta desigualdade social, proporcionada à desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade.” O método de tratar desigualmente os desiguais, a que se refere, é aquele aplicado, com justiça, em campos tão distintos quanto o sistema tributário, por meio da tributação progressiva, e as políticas sociais de transferência de renda. Mas a sua invocação para sustentar leis raciais não é mais que um sofisma.
Os concursos vestibulares, pelos quais se dá o ingresso no ensino superior de qualidade “segundo a capacidade de cada um”, não são promotores de desigualdades, mas se realizam no terreno semeado por desigualdades sociais prévias. A pobreza no Brasil tem todas as cores. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2006, entre 43 milhões de pessoas de 18 a 30 anos de idade, 12,9 milhões tinham renda familiar per capita de meio salário mínimo ou menos. Neste grupo mais pobre, 30% classificavam-se a si mesmos como “brancos”, 9% como “pretos”, e 60% como “pardos”. Desses 12,9 milhões, apenas 21% dos “brancos” e 16% dos “pretos” e “pardos” haviam completado o ensino médio, mas muito poucos, de qualquer cor, continuaram estudando depois disso. Basicamente, são diferenças de renda, com tudo que vem associado a elas, e não de cor, que limitam o acesso ao ensino superior.
Apresentadas como maneira de reduzir as desigualdades sociais, as cotas raciais não contribuem para isso, ocultam uma realidade trágica e desviam as atenções dos desafios imensos e das urgências, sociais e educacionais, com os quais se defronta a nação. E, contudo, mesmo no universo menor dos jovens que têm a oportunidade de almejar o ensino superior de qualidade, as cotas raciais não promovem a igualdade, mas apenas acentuam desigualdades prévias ou produzem novas desigualdades: As cotas raciais exclusivas, como aplicadas, entre outras, na Universidade de Brasília (UnB), proporcionam a um candidato definido como “negro” a oportunidade de ingresso por menor número de pontos que um candidato definido como “branco”, mesmo se o primeiro provém de família de alta renda e cursou colégios particulares de excelência e o segundo provém de família de baixa renda e cursou escolas públicas arruinadas. No fim, o sistema concede um privilégio para candidatos de classe média arbitrariamente classificados como “negros”. As cotas raciais embutidas no interior de cotas para candidatos de escolas públicas, como aplicadas, entre outras, pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), separam os alunos proveniente de famílias com faixas de renda semelhantes em dois grupos “raciais” polares, gerando uma desigualdade “natural” num meio caracterizado pela igualdade social. O seu resultado previsível é oferecer privilégios para candidatos definidos arbitrariamente como “negros” que cursaram escolas públicas de melhor qualidade, em detrimento de seus colegas definidos como “brancos” e de todos os alunos de escolas públicas de pior qualidade.A PNAD de 2006 informa que 9,41 milhões de estudantes cursavam o ensino médio, mas apenas 5,87 milhões freqüentavam o ensino superior, dos quais só uma minoria de 1,44 milhão estavam matriculados em instituições superiores públicas. As leis de cotas raciais não alteram em nada esse quadro e não proporcionam inclusão social. Elas apenas selecionam “vencedores” e “perdedores”, com base num critério altamente subjetivo e intrinsecamente injusto, abrindo cicatrizes profundas na personalidade dos jovens, naquele momento de extrema fragilidade que significa a disputa, ainda imaturos, por uma vaga que lhes garanta o futuro.
Queremos um Brasil onde seus cidadãos possam celebrar suas múltiplas origens, que se plasmam na criação de uma cultura nacional aberta e tolerante, no lugar de sermos obrigados a escolher e valorizar uma única ancestralidade em detrimento das outras. O que nos mobiliza não é o combate à doutrina de ações afirmativas, quando entendidas como esforço para cumprir as Declarações Preambulares da Constituição, contribuindo na redução das desigualdades sociais, mas a manipulação dessa doutrina com o propósito de racializar a vida social no país. As leis que oferecem oportunidades de emprego a deficientes físicos e que concedem cotas a mulheres nos partidos políticos são invocadas como precedentes para sustentar a admissibilidade jurídica de leis raciais. Esse segundo sofisma é ainda mais grave, pois conduz à naturalização das raças. Afinal, todos sabemos quem são as mulheres e os deficientes físicos, mas a definição e delimitação de grupos raciais pelo Estado é um empreendimento político que tem como ponto de partida a negação daquilo que nos explicam os cientistas.Raças humanas não existem. A genética comprovou que as diferenças icônicas das chamadas “raças” humanas são características físicas superficiais, que dependem de parcela ínfima dos 25 mil genes estimados do genoma humano. A cor da pele, uma adaptação evolutiva aos níveis de radiação ultravioleta vigentes em diferentes áreas do mundo, é expressa em menos de 10 genes! Nas palavras do geneticista Sérgio Pena: “O fato assim cientificamente comprovado da inexistência das ‘raças’ deve ser absorvido pela sociedade e incorporado às suas convicções e atitudes morais
Uma postura coerente e desejável seria a construção de uma sociedade desracializada, na qual a singularidade do indivíduo seja valorizada e celebrada. Temos de assimilar a noção de que a única divisão biologicamente coerente da espécie humana é em bilhões de indivíduos, e não em um punhado de ‘raças’.” (“Receita para uma humanidade desracializada”, Ciência Hoje Online, setembro de 2006).
Não foi a existência de raças que gerou o racismo, mas o racismo que fabricou a crença em raças. O “racismo científico” do século XIX acompanhou a expansão imperial européia na África e na Ásia, erguendo um pilar “científico” de sustentação da ideologia da “missão civilizatória” dos europeus, que foi expressa celebremente como o “fardo do homem branco”.
Os poderes coloniais, para separar na lei os colonizadores dos nativos, distinguiram também os nativos entre si e inscreveram essas distinções nos censos. A distribuição de privilégios segundo critérios etno-raciais inculcou a raça nas consciências e na vida política, semeando tensões e gestando conflitos que ainda perduram. Na África do Sul, o sistema do apartheid separou os brancos dos demais e foi adiante, na sua lógica implacável, fragmentando todos os “não-brancos” em grupos étnicos cuidadosamente delimitados. Em Ruanda, no Quênia e em tantos outros lugares, os africanos foram submetidos a meticulosas classificações étnicas, que determinaram acessos diferenciados aos serviços e empregos públicos. A produção política da raça é um ato político que não demanda diferenças de cor da pele.
O racismo contamina profundamente as sociedades quando a lei sinaliza às pessoas que elas pertencem a determinado grupo racial – e que seus direitos são afetados por esse critério de pertinência de raça. Nos Estados Unidos, modelo por excelência das políticas de cotas raciais, a abolição da escravidão foi seguida pela produção de leis raciais baseadas na regra da “gota de sangue única”. Essa regra, que é a negação da mestiçagem biológica e cultural, propiciou a divisão da sociedade em guetos legais, sociais, culturais e espaciais. De acordo com ela, as pessoas são, irrevogavelmente, “brancas” ou “negras”. Eis aí a inspiração das leis de cotas raciais no Brasil.“Eu tenho o sonho que meus quatro pequenos filhos viverão um dia numa nação na qual não serão julgados pela cor da sua pele mas pelo conteúdo de seu caráter”. Há 45 anos, em agosto, Martin Luther King abriu um horizonte alternativo para os norte-americanos, ancorando-o no “sonho americano” e no princípio político da igualdade de todos perante a lei, sobre o qual foi fundada a nação. Mas o desenvolvimento dessa visão pós-racial foi interrompido pelas políticas racialistas que, a pretexto de reparar injustiças, beberam na fonte envenenada da regra da “gota de sangue única”. De lá para cá, como documenta extensamente Thomas Sowell em Ação afirmativa ao redor do mundo: um estudo empírico (Univer Cidade, 2005), as cotas raciais nos Estados Unidos não contribuíram em nada para reduzir desigualdades mas aprofundaram o cisma racial que marca como ferro em brasa a sociedade norte-americana.
“É um impasse racial no qual estamos presos há muitos anos”, na constatação do senador Barack Obama, em seu discurso pronunciado a 18 de março, que retoma o fio perdido depois do assassinato de Martin Luther King. O “impasse” não será superado tão cedo, em virtude da lógica intrínseca das leis raciais. Como assinalou Sowell, com base em exemplos de inúmeros países, a distribuição de privilégios segundo critérios etno-raciais tende a retroalimentar as percepções racializadas da sociedade – e em torno dessas percepções articulam-se carreiras políticas e grupos organizados de pressão.
Mesmo assim, algo se move nos Estados Unidos. Há pouco, repercutindo um desencanto social bastante generalizado com o racialismo, a Suprema Corte declarou inconstitucionais as políticas educacionais baseadas na aplicação de rótulos raciais às pessoas. No seu argumento, o presidente da Corte, juiz John G. Roberts Jr., escreveu que “o caminho para acabar com a discriminação baseada na raça é acabar com a discriminação baseada na raça”. Há um sentido claro na reiteração: a inversão do sinal da discriminação consagra a raça no domínio da lei, destruindo o princípio da cidadania.
Naquele julgamento, o juiz Anthony Kennedy alinhou-se com a maioria, mas proferiu um voto separado que contém o seguinte protesto: “Quem exatamente é branco e quem é não-branco? Ser forçado a viver sob um rótulo racial oficial é inconsistente com a dignidade dos indivíduos na nossa sociedade. E é um rótulo que um indivíduo é impotente para mudar!”. Nos censos do IBGE, as informações de raça/cor abrigam a mestiçagem e recebem tratamento populacional. As leis raciais no Brasil são algo muito diferente: elas têm o propósito de colar “um rótulo que um indivíduo é impotente para mudar” e, no caso das cotas em concursos vestibulares, associam nominalmente cada jovem candidato a uma das duas categorias “raciais” polares, impondo-lhes uma irrecorrível identidade oficial.
O juiz Kennedy foi adiante e, reconhecendo a diferença entre a doutrina de ações afirmativas e as políticas de cotas raciais, sustentou a legalidade de iniciativas voltadas para a promoção ativa da igualdade que não distinguem os indivíduos segundo rótulos raciais. Reportando-se à realidade norte-americana da persistência dos guetos, ele mencionou, entre outras, a seleção de áreas residenciais racialmente segregadas para os investimentos prioritários em educação pública.
No Brasil, difunde-se a promessa sedutora de redução gratuita das desigualdades por meio de cotas raciais para ingresso nas universidades. Nada pode ser mais falso: as cotas raciais proporcionam privilégios a uma ínfima minoria de estudantes de classe média e conservam intacta, atrás de seu manto falsamente inclusivo, uma estrutura de ensino público arruinada. Há um programa inteiro de restauração da educação pública a se realizar, que exige políticas adequadas e vultosos investimentos. É preciso elevar o padrão geral do ensino mas, sobretudo, romper o abismo entre as escolas de qualidade, quase sempre situadas em bairros de classe média, e as escolas devastadas das periferias urbanas, das favelas e do meio rural. O direcionamento prioritário de novos recursos para esses espaços de pobreza beneficiaria jovens de baixa renda de todos os tons de pele – e, certamente, uma grande parcela daqueles que se declaram “pardos” e “pretos”.
A meta nacional deveria ser proporcionar a todos um ensino básico de qualidade e oportunidades verdadeiras de acesso à universidade. Mas há iniciativas a serem adotadas, imediatamente, em favor de jovens de baixa renda de todas as cores que chegam aos umbrais do ensino superior, como a oferta de cursos preparatórios gratuitos e a eliminação das taxas de inscrição nos exames vestibulares das universidades públicas. Na Universidade Estadual Paulista (Unesp), o Programa de Cursinhos Pré-Vestibulares Gratuitos, destinado a alunos egressos de escolas públicas, atendeu em 2007 a 3.714 jovens, dos quais 1.050 foram aprovados em concursos vestibulares, sendo 707 em universidades públicas. Medidas como essa, que não distinguem os indivíduos segundo critérios raciais abomináveis, têm endereço social certo e contribuem efetivamente para a amenização das desigualdades.A sociedade brasileira não está livre da chaga do racismo, algo que é evidente no cotidiano das pessoas com tom de pele menos claro, em especial entre os jovens de baixa renda. A cor conta, ilegal e desgraçadamente, em incontáveis processos de admissão de funcionários. A discriminação se manifesta de múltiplas formas, como por exemplo na hora das incursões policiais em bairros periféricos ou nos padrões de aplicação de ilegais mandados de busca coletivos em áreas de favelas.
Por certo existe preconceito racial e racismo no Brasil, mas o Brasil não é uma nação racista. Depois da Abolição, no lugar da regra da “gota de sangue única”, a nação brasileira elaborou uma identidade amparada na idéia anti-racista de mestiçagem e produziu leis que criminalizam o racismo. Há sete décadas, a República não conhece movimentos racistas organizados ou expressões significativa de ódio racial. O preconceito de raça, acuado, refugiou-se em expressões oblíquas envergonhadas, temendo assomar à superfície. A condição subterrânea do preconceito é um atestado de que há algo de muito positivo na identidade nacional brasileira, não uma prova de nosso fracasso histórico.“Quem exatamente é branco e quem é não-branco?” – a indagação do juiz Kennedy provoca algum espanto nos Estados Unidos, onde quase todos imaginam conhecer a identidade “racial” de cada um, mas parece óbvia aos ouvidos dos brasileiros. Entre nós, casamentos interraciais não são incomuns e a segregação residencial é um fenômeno basicamente ligado à renda, não à cor da pele. Os brasileiros tendem a borrar as fronteiras “raciais”, tanto na prática da mestiçagem quanto no imaginário da identidade, o que se verifica pelo substancial e progressivo incremento censitário dos “pardos”, que saltaram de 21% no Censo de 1940 para 43% na PNAD de 2006, e pela paralela redução dos “brancos” (de 63% para 49%) ou “pretos” (de 15% para 7%).
A percepção da mestiçagem, que impregna profundamente os brasileiros, de certa forma reflete realidades comprovadas pelos estudos genéticos. Uma investigação já célebre sobre a ancestralidade de brasileiros classificados censitariamente como “brancos”, conduzida por Sérgio Pena e sua equipe da Universidade Federal de Minas Gerais, comprovou cientificamente a extensão de nossas miscigenações. “Em resumo, estes estudos filogeográficos com brasileiros brancos revelaram que a imensa maioria das patrilinhagens é européia, enquanto a maioria das matrilinhagens (mais de 60%) é ameríndia ou africana” (PENA, S. “Pode a genética definir quem deve se beneficiar das cotas universitárias e demais ações afirmativas?”, Estudos Avançados 18 (50), 2004). Especificamente, a análise do DNA mitocondrial, que serve como marcador de ancestralidades maternas, mostrou que 33% das linhagens eram de origem ameríndia, 28% de origem africana e 39% de origem européia.Os estudos de marcadores de DNA permitem concluir que, em 2000, existiam cerca de 28 milhões de afrodescendentes entre os 90,6 milhões de brasileiros que se declaravam “brancos” e que, entre os 76,4 milhões que se declaravam “pardos” ou “pretos”, 20% não tinham ancestralidade africana. Não é preciso ir adiante para perceber que não é legítimo associar cores de pele a ancestralidades e que as operações de identificação de “negros” com descendentes de escravos e com “afrodescentes” são meros exercícios da imaginação ideológica. Do mesmo modo, a investigação genética evidencia a violência intelectual praticada pela unificação dos grupos censitários “pretos” e “pardos” num suposto grupo racial “negro”.
Mas a violência não se circunscreve à esfera intelectual. As leis de cotas raciais são veículos de uma engenharia política de fabricação ou recriação de raças. Se, individualmente, elas produzem injustiças singulares, socialmente têm o poder de gerar “raças oficiais”, por meio da divisão dos jovens estudantes em duas raças polares. Como, no Brasil, não sabemos quem exatamente é “negro” e quem é “não-negro”, comissões de certificação racial estabelecidas pelas universidades se encarregam de traçar uma fronteira. A linha divisória só se consolida pela validação oficial da autodeclaração dos candidatos, num processo sinistro em que comissões universitárias investigam e deliberam sobre a “raça verdadeira” dos jovens a partir de exames de imagens fotográficas ou de entrevistas identitárias. No fim das contas, isso equivale ao cancelamento do princípio da autodeclaração e sua substituição pela atribuição oficial de identidades raciais.Na UnB, uma comissão de certificação racial composta por professores e militantes do movimento negro chegou a separar dois irmãos gêmeos idênticos pela fronteira da raça. No Maranhão, produziram-se fenômenos semelhantes. Pelo Brasil afora, os mesmos candidatos foram certificados como “negros” em alguma universidade mas descartados como “brancos” em outra. A proliferação das leis de cotas raciais demanda a produção de uma classificação racial geral e uniforme. Esta é a lógica que conduziu o MEC a implantar declarações raciais nominais e obrigatórias no ato de matrícula de todos os alunos do ensino fundamental do país. O horizonte da trajetória de racialização promovida pelo Estado é o estabelecimento de um carimbo racial compulsório nos documentos de identidade de todos os brasileiros. A história está repleta de barbaridades inomináveis cometidas sobre a base de carimbos raciais oficialmente impostos.A propaganda cerrada em favor das cotas raciais assegura-nos que os estudantes universitários cotistas exibem desempenho similar ao dos demais. Os dados concernentes ao tema são esparsos, contraditórios e pouco confiáveis. Mas isso é essencialmente irrelevante, pois a crítica informada dos sistemas de cotas nunca afirmou que estudantes cotistas seriam incapazes de acompanhar os cursos superiores ou que sua presença provocaria queda na qualidade das universidades. As cotas raciais não são um distúrbio no ensino superior, mas a face mais visível de uma racialização oficial das relações sociais que ameaça a coesão nacional.
A crença na raça é o artigo de fé do racismo. A fabricação de “raças oficiais” e a distribuição seletiva de privilégios segundo rótulos de raça inocula na circulação sanguínea da sociedade o veneno do racismo, com seu cortejo de rancores e ódios. No Brasil, representaria uma revisão radical de nossa identidade nacional e a renúncia à utopia possível da universalização da cidadania efetiva.
Ao julgar as cotas raciais, o STF não estará deliberando sobre um método de ingresso nas universidades, mas sobre o significado da nação e a natureza da Constituição. Leis raciais não ameaçam uma “elite branca”, conforme esbravejam os racialistas, mas passam uma fronteira brutal no meio da maioria absoluta dos brasileiros. Essa linha divisória atravessaria as salas de aula das escolas públicas, os ônibus que conduzem as pessoas ao trabalho, as ruas e as casas dos bairros pobres. Neste início de terceiro milênio, um Estado racializado estaria dizendo aos cidadãos que a utopia da igualdade fracassou – e que, no seu lugar, o máximo que podemos almejar é uma trégua sempre provisória entre nações separadas pelo precipício intransponível das identidades raciais. É esse mesmo o futuro que queremos?

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sexta-feira, abril 25, 2008

O futuro presente.

http://www.themoviefitna.com/
No link acima existe um filme, um tanto pesado, sobre o nosso futuro presente, com a intolerância religiosa que nos encobre.
Meu deus!!!!!!!!
Nostradamus estava certo.
A terceira guerra mundial esta ai.
O duro é que as mesmas técnicas são usadas pelos nazipetistas.

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quinta-feira, abril 24, 2008

Ser hipócrita

Parece que a hipocrisia neste país é mais presente que areia no deserto do Saara.
Caiu/foi jogada, uma menina por alguem, do 5 andar do prédio. E morreu.
A um mes não se fala outra coisa.
Chegou-se ao cúmulo de desalojar todos os moradores do prédio para fazer a simulação/reconstituição do crime. E mais absurdo ainda, bloqueio do espaço aereo.
O que é? Medo de bombardeio?
A polícia fez uma besteira atras da outra.
Implantou na imprensa 347.932 versões verdadeiras e dispares entre si.
Para o que?
Está parecendo o circo, da máxima "Pão e circo para o povo".
Bem aparentemente os jornais esqueceram um pouco a quadrilha no poder.
Não se divulgou mais nenhuma das safadezas que os FDP do PT andam aprontando.
Perceberam a sutileza?
Mas o que isso tem a ver com hipocrisia? É apenas um caso de "Goebelismo" do nazipetismo.
Voces leram a seguinte notícia?
Um casal de jovens namorados de uns 23 anos ia para Praia Grande de carro, quando pela Pedro Taques foram atingidos por uma pedra lançada contra o carro. Pararam para ver o estrago.
O rapaz foi morto e a moça foi estuprada e depois morta.
Este fato acaba de acontecer esta semana.
Matar um casal de jovens pode, mas uma menina de 5 anos não pode?
E o estado participar por incompetência, imperícia e imprudência, na morte de quase uma centena de cidadãos containados pela dengue pode? Ficou tão carne de vaca que ninguem mais comenta.

Outro campeão de hipocrisia é o senador Welington Salgado.
Fica todo choroso e indignado por que estupraram uma menina de 4 anos.
Será então que pode estuprar uma velhinha de 60? ou uma moça de 20 ou talves uma menina de 14?
Oras, não é a idade da vítima que define a baixeza do ato, mas sim o ato em si. Tanto faz se o ato é um estupro, assassinato, mentira política, assalto aos cofres públicos, e ao meu ver o pior de todos, ser petista.

O Brasil ja se globalizou. Tem terremoto e furacão. Quando vai aprecer um político honesto?

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quinta-feira, abril 17, 2008

Inacreditável

Vejop no jornal esta foto.
Me vem a cabeça imediatamente a imagem de um arrastão no Rio.
Mas ai leio a legenda. E caio sentado na cadeira
São alunos frances protestando contra as mudanças por lá.
É a globalização.

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sexta-feira, abril 11, 2008

E ai?

Estou esperando para as consequencias da declaração de um engenheiro da Bancoop de que esta arapuca armada pelos dirigentes do PT desviou dinheiro da coperativa para as eleições presidenciais.
É dai que vinha uma parcela do caixa dois ou verba não contabilizada.
Isso é crime cívil e eleitoral e vai ficar por isso mesmo?
Ninguem comenta mais.

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E vai ter de falar

Pois é.
Parece que a macaca chita hoje melhor conhecida como galinha cacarejante vai ter que descer de sua impáfia e vai depor na CPMI.
Sei, sei. Ela não vai falar nada. Mas vai ter que ir e baixar a crista.
Macaco Simão tem rezão.
Alem de parecer fisicamente com o transformista Nani People elas tem a mesma voz.
O que as diferencia é que a Nani é mais feminina.

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Como lavar dinheiro fácil

Ouço ontem, não lembro em que rádio, se Jovem Pan ou Band FM, que a polícia vai passar a patrulhar a cidade de São Paulo, com patinetes elétricos capazes de atingir 20 Km/h.
Bela iniciativa do Sr. Prefeito.
Só que existe um pequeno detalhe.
Informa a notícia que o custo de cada veículo sera de R$ 24.000,00.
Fui fazer uma pesquisa e encontrei no Wal-Mart (USA) varios patinetes elétricos com preço variando entre US$ 100,00 e US$ 250,00.
Ou seja, na melhor hipótese, cada US$ vale entre R$ 100,00 e R$ 240,00.

VAI ROUBAR ASSIM NA PUTA QUE PARIU.

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quarta-feira, abril 02, 2008

Mais um idiota ignorante me visita.

Vez por outra um idiota ignorante visita este blog.
Abaixo em vermelho vai o texto que esse energúmeno deixou nos comentarios.
Esta é a primeira vez que entro neste blog e já deu para perceber que vocês "elite branca" tem horror a pobre. Deus criou o mundo dividido em classes sociais. Os muito ricos, do qual vocês são capachos e puxa saco, os ricos, não sei se vocês estão nesta condição, classe média que vive curvando-se aos opressores e mostrando a bunda aos oprimido. E finalmente a classe pobre, os assalariados, miseráveis, os do bolsa qualquer coisa. Essa classe que vocês odeiam. Porque isso? Mas não sei como vocês vão aguentar, essa gente do FDP da Alvorada vai ficar por muito tempo ainda no governo.
jncanabarro 04.02.08 - 10:23 am #
Comento:
Caro Imbecil.
Alem de ignorante e burro, noto que você é um racista extremado.
Posso lhe garantir, mesmo sem conhece-lo, que Deus não é racista. Ele não criou o mundo dividido em castas ou classes sociais. Foram imbecis como você que as criaram.
Caro Imbecil.
Tanto as pessoas que produzem como as que frequentam e leem este modesto blog são em sua maioria trabalhadores que vivem as custas de seu próprio esforço e trabalho. O que diferencia esse grupo de pessoas do complexo "mix" que é a população brasileira reside no fato de que:
- Nos somos educados.
- Nos somos cultos.
- Nos somos patriotas. Achamos que se todos colaborarem, todos vivem melhor.
- Nos não gostamos de quadrilheiros e terrorristas.
- Ninguem está acima da lei. Ninguem. E lugar de bandido é na cadeia. No meu particular entender, existe uma classe de bandido psicopata que deveria estar no inferno.
- Entendemos que quem da guarida a bandido (quadrilheiro ou terrorrista) é tão bandido quanto.
- Entre meus leitores voce encontrará, brancos, negros, mulatos, orientais, muçulmanos, judeus, católicos, evangelistas, macumbeiros, ateus, ricos, classe média, pobres, advogados, médicos, operários, donos de empresa, desempregados, aposentados, estudantes, donas de casa.
Tambem vai encontrar heteros, lesbicas, homosexuais bisexuais e ocasionalmente entra um imbecil como você.
Todos nos temos uma história de vida e realizações. Talves até alguns fracassos.
Mas vocês não tem história. Teem é uma extensa folha corrida a semelhança do partido que tanto adoram, o PT. Uma quadrilha que vai desgraçar este país maravilhoso.
Faça nos um favor.
Vá visitar o blog dos seus amigos e esqueça de nos.

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Escravidão do povo pelo estado é isso:

Diz a Constituição:
-Ninguem será obrigado a se filiar a um sindicato.
Entende o Judiciário que:
-Ninguem deve ser cobrado por algo que não quer.

No entanto nossos representantes no congresso nos obrigam a dar um dia de trabalho para um sindicato que nos não reconhecemos nem queremos.
E para piorar o FDP Ignorante no Alvorada sanciona uma lei que torna os sindicatos isentos de controle financeiro.
Isso é claro, é para que façam como aquele sindicato pelego que na semana passada teve seus dirigentes e advogada, presos com a mão na cumbuca, quando contavam a grana chantageada de uma empresa para a qual eles serviram de pelegos.
Vejam bem
Nem a presidência da república está isenta do controle do TCU.
Eu pessoa física não posso entrar com uma ação de inconstitucionalidade com relação ao decreto assinado pelo FDP, mas o Ministério Público pode.
Cade você Ministério Público?
Ja nos estorquem 40% dos nossos vencimentos.
Agora querem segredo de estado para o que fazem com o nosso dinheiro?
A escravidão deveria ter sido eliminada no final do século XIX, mas aparentemente foi só a substituição do feitor que antes era o senhor de engenho e agora é o Estado.

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Mudanças

Eu hoje resolvi limpar os blogs inativos de minha lista.
Os blogs excluidos são aqueles que estão inativos a pelo menos um ano ou que ja nem existiam mais.
Caso algum destes excluidos volte a postar, eu terei o maior prazer em inclui-los novamente.
Abaixo a lista dos excluidos.
azimut
Claudio telles
bloody mary
Brasil, corrupção nunca mais
Eu odeio Lula
Limpa Brasil
Moderado,o idiota
Politikando
Refletir e participar
Tenho de dar a minha opinião

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terça-feira, abril 01, 2008

A maioria tem razão

Os institutos de pesquisa dão aceitação espetacular ao FDP Ignorante no Alvorada.
Dizem que a maioria é sábia e soberana.
Bem, primeiro eu discuto estas pesquisas.
Depende em que nicho eleitoral ela foi feita.
Como diria o Macaco Simão, o meu DataPadaria da resultados competamente diferente.
O meu nicho de pesquisa é feito de 100% de trabalhadores, empregados ou patrões.
Gente que trabalha para sobreviver e paga (é estorquido na realidade) impostos altíssimos.
Ceio que o maior problema no Brasil, está no fato de que esse nicho (o meu) é constituido pela minoria dos brasileiros.
A maioria, mama nas tetas do governo atraves das infinitas bolsa alguma coisa.
A maioria não é mais sábia não.
É só olhar a história recente.
-Alemanha no início do século passado.
-Cuba até os dias de hoje.
-China.....
E tantos outros exemplos de maioria desastrosa.
Prestem atenção.
Todo dia o governo publica índices fantásticos e faz tremendo alarde.
Algumas semanas depois o mesmo governo publica escondido nos jornais revisões destes mesmos índices bem menores. Só que sem o alarde inicial.
Não ha como negar que a economia cresce, mas cresce como um bonsai. O resto do mundo cresce como um eucalipto.
A nos, só sobrará a sombra. O sol ficará com os eucaliptos.
A propaganda da vez é o PAC, filho bastardo de uma macaca chita e um gorilula.
Tal qual o famigerado Fome Zero, cairá em breve no esquecimento. Sem alarde é claro.

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